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Acorrentados: Ponto de vista de Giorgia, Passado.

novembro 13, 2012




Estamos presos como almas condenadas a uma imortalidade sombria. Entre os telhados, escondendo em ruas escuras na tentativa de não ser encontrado.  Mas temos um destino não escolhido, traçado por nossa linhagem que chegou até a nós, e esperam que cumprimos o que nós proporão. Nascidos para morrer, a cada dia quando uma espada atravessa o peito de um cavalheiro, ou quando cumprimos a morte de soberano. "Assassinos!", são os gritos que nós perseguem até desaparecemos sobre o horizonte de neblina. Como gatos negros vagamos as noites em busca de resposta, e de vingança. Estamos acorrentados, unidos pela eternidade que talvez não possa existi, mas se existe que me dê mais um dia de batalha.
Traçados por um destino errado, quando que o caçador se apaixona pela caça? E quando que a caça vira o caçador? Sinto que me tornei a caça quando o luar se mergulhou no mar em um sono profundo. Em pouco tempo atrás, ele estava lá sobre minha mira do arco, apontada para seu coração. O mataria sem piedade, era a vida de meu irmão que estava em jogo, não havia tempo para ter pena. Mas uma neblina negra misturou se com o ar mudando os personagens. A caça a pressionou seu caçado e o manteve como refém. Desejei morrer lançando uma adaga em meu peito, falhei quando o que restou de minha família precisava de mim. Estava tudo perdido. Agora ele era o caçador, ou talvez sempre fosse, seus olhos negros interrogavam me friamente quem havia mandando para fazer o serviço. Minha boca negava a fala, entre a vida e a morte, estava ferida e só ele poderia me salva, estava só. E precisava dizer se quisesse viver...


- Ela entrou em meu quarto - seu tom era calmo para o que havia acontecido
- Como? Estava trancada a janela! - um deles olhou em minha direção, mantive meus olhos fechados.
- Não sei, deve ter abrido
- Foram os Bronotteli, aposto! Estão envolvidos nessa imundice que destruiu sua família. Há mandaram para o mata
- Então ela era o mesmo arqueiro que atacou pelos telhados? - perguntou um dos assistentes.
- Provavelmente - respondeu um dos homens
- Não. É ela, tenho certeza, o arco é o mesmo e em todas as fechas tem o mesmo veneno que uso na espada.  
- Eu imaginaria que mandasse guardas, não uma mulher - disse o assistente, um turbilhão de ódio me invadiu, que machismo.
- Se não estivesse ferida, fugiria - senti se aproximar de meu corpo e toca na lateral do mesmo, me contive para não me contorcer de dor, o ferimento era grande, até uma leve pena que tocasse doeria - Há machucaram antes de vim para cá.
- Porque?
- Talvez de ameaça - sua voz se distanciou - Pode ser que estão a ameaçando, se fosse um guerreiro deles, não a feriria.
Todas aquelas vozes feriam minha mente. Falhei e entre as masmorras meu irmão esta aprisionado, com frio e assustado. Como podem? É uma criança de doze anos, tão puro e inocente.
A sala em que estava ou quarto, não sabia direito, ficou quieta, talvez foram embora. Havia apenas o barulho da vela ao meu lado queimando quando senti algo me toca, descendo para a bolsa que tinha o pergaminho que ganhei de meu pai, que por azar não descobri seu significado ainda. Senti a mão abria a bolsa e puxa o pergaminho quando me joguei contra quem pudesse ser para pega o que me pertencia de volta. Fui jogada contra o chão, ouvi meus ossos estalarei, imaginei que eles haviam quebrados. O impacto foi tão forte que minha visão embaraçou, quem fosse que era, possuía uma força desconhecida. Seus passos se aproximaram, e seu rosto abaixou na altura do meu, era ele que a pouco tempo atrás tentei matar.
- Onde achou isso? - perguntou erguendo o pergaminho
- Não é da sua conta, me dê ele! - tentei ergue meu corpo para pega o pergaminho, mas ele me empurrou contra o chão, gritei de dor, senti um pontada na lateral do meu abdômen.
- Me diga, senão não mandarei tira a fecha que ainda está em seu corpo.
- Meu pai me deu - ele se levantou olhando para mim que estava ainda no chão.
- Onde ele achou?
Me levantei encolhida, a ponta da fecha penetrava mais ainda dentro de meu corpo  .
- Era dele! Não sei, ele me deu antes de morre - meu olhar mirava o chão que tinha manchas de meu sangue - Disse que não deveria deixa ninguém da hierarquia por as mãos nele. Não sei o que significa mas tem algo a ver com as armas que você usa... - lembrei me do dia que o observava sobre o telhado
- Tem sim a ver. Preciso dele, tem mais? 
- Não. E porque daria ele a você?
- Porque estávamos no mesmo barco, remando contra a correnteza  
- Você não sabe de nada! - gritei enfurecida
- Sua família foi morta como a minha e eles estão usando algo pra ter você ao lado deles! O que faz você fica presa aos inimigos? 
- Não é da sua conta
- É sim, não é eu que você precisa... - seus braços se cruzaram na altura do estomago, lembrei do que me fazia uma assassina e comecei a chora, não me contive era mais forte que eu
- Meu irmão - murmurei em soluços - Eles estão com meu irmão, o que resta da minha família. Se eu lhe mata, terei ele de volta
- Não, o mataram também
- Não! Ele é só uma criança!
- Tanto faz para eles, meu irmão morreu nas mãos de pessoas como eles. Covardes!
- Não sei o que fazer...
- Me ajude com os pergaminhos e ajudarei a salva seus irmão
O silêncio cresceu na sala.
- Vai ajudar quem tentou te mata?
- Sim - respondeu, como? Pensei, ele me parecia igual a todos, frios e calculista, mas só de aparência, seu coração era nobre, para perdoa aquele que desejava sem dor tirar sua vida.

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